quinta-feira, janeiro 06, 2011

"Eu te odeio… por favor, não me abandones."

Há um ano atrás conheci o verdadeiro vazio existencial. Época de férias, amigos distantes, alguns viajando e outroa curtindo as férias em casa. E para mim nada, nenhuma ligação, nenhum cartão-postal, nem um recado, nenhum e-mail. Estava completamente esquecida, ou melhor, eu me sentia esquecida e me isolava. Minha mente criava inimigos, barreiras e eu acaba me pergunto o porquê dessa minhe triste existência já que ninguém me amava, ninguém queria ser meus amigos e consequentemente começei a punir todos, era fria, grossa e rude. E foi nessa época que ouvi pela primeira vez sobre Transtorno de Personalidade Limítrofe.
O TPL também é conhecido como Transtorno de Personalidade Boderline ou Transtorno da Desregulação Emocional é definido como um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio extremista (cisão) e relações caóticas. Pessoas com personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas de transtornos psiquiátricos diversos, como ataques súbitos de ansiedade, humor instável, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também é acompanhado por impulsividade muitas vezes autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida, bem como sentimentos crônicos de vazio e tédio. Muitas vezes, esses indivíduos são vistos como "rebeldes", "problemáticos" ou pessoas geniosas, no entanto, na realidade possuem um grave distúrbio.
Indivíduos borderlines podem ser pessoas que cresceram com um grande sentimento de não ter recebido atenção suficiente. Eles geralmente agem como crianças revoltadas, e buscam caminhos para procurar essa falta de atenção em suas relações; porém, esses caminhos são essencialmente imaturos e anormais. Os diferentes traumas na infância geram um sentimento crônico de vazio e rejeição, incorporando-se na personalidade borderline que é vivenciada como uma dor dilacerante. O borderline é extremamente intolerante às rejeições e outras frustrações comuns no cotidiano de todos. A dor pela falta de amor é intensamente sentida em indivíduos borderlines, o que pode estimular o processo auto e hetero destrutivo. Por isso, muitas vezes o borderline torna-se um indivíduo aparentemente rebelde e com um instinto vingativo contra os maus tratos passados. Os borderlines são pessoas com memória muito exacerbada para eventos negativos: não são capazes de perdoar, remóem coisas do passado e vivem e revivem intensamente um sofrimento desproporcional aos fatos porque apresentam um juízo de valor muito rígido.Por isso tudo, são pessoas facilmente vingativas, rancorosas, que, em momentos de ira intensa, podem oscilar entre um comportamento explosivo ou friamente vingativo, passando bruscamente do papel de vítimas injustiçadas para o de verdadeiros vilões sanguinários e cruéis que não medem esforços para cometer ações maldosas em busca de vingança. Interiormente, eles acreditam estar corretos em suas atitudes e não entendem por que as outras pessoas os olham com espanto e indignação após tais comportamentos. No fundo, são muito imaturos emocionalmente e — embora não demonstrem — facilmente frágeis. O borderline também é, essencialmente, insaciável. Em termos de busca de atenção, eles sempre querem mais do que realmente têm. Por mais que as pessoas lhe dêem atenção, eles estão a exigir muito mais do que recebem. Talvez porque quando crianças não tiveram sua necessidade de atenção e afeto suficientemente preenchida. Para o borderline, toda a atenção do mundo não é suficiente. Inclusive, eles tendem a ser "paranóicos", exigentes e desconfiados sempre de que os outros não lhe dão importância, mesmo que isso não seja a realidade. Eles, sem querer, distorcem-na, e acabam por tendenciar tudo para um lado "ruim" e enxergar somente o lado negativo ou das pessoas ou das situações com que se defrontam, acreditando, por exemplo, que as outras pessoas não lhe dão atenção, ou que de repente mudaram de comportamento e por isso são más, merecendo assim, punições e vinganças.
Esses sintomas aparecem entre a adolescência e a vida adulta, então é melhor ficarmos de olho.

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Pessoas que abriram o coração.