segunda-feira, janeiro 03, 2011

Sem título, mas com dor.

"Lembro-me que desde pequenina aquela moça, ela só queria ser livre. Claro que tinha o mesmo medo de hoje. Esse medo de perder as pessoas, de acabar sozinha presistiram pelo tempo. Mas o medo, bem, ele se calava sempre que a liberdade se rebelava dentro de seu pequeno peito marcado com descombinações de frases. Ela queria ser livre, fazer suas próprias escolhas, decidir seu futuro, se livrar do tormento que aquela casa virara.
Menina calada dos olhos assustados, coitada, só queria se livrar do inferno que era fingir ser uma família feliz. Porque quando não existe mais amor um buraco enorme toma conta de qualquer espaço de vida que pulsa e sangra e falece dia após dia. E era assim que ela se sentia, despedaçada pelos olhares de reprovação, angustia pela falta de espaço. A auto censura a marcava com suas garras afiadas, ela era só. Era só e infeliz. E assim ela cresceu, com um vazio existencial incapaz de ser preenchido..."
- Mas como você sabe tanto sobre ela?
- Desculpe-me acho que esqueci de uma apresentação formal. Eu me chamo Solidão, e fui a melhor amiga de infância daquela que te chama atenção.

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Pessoas que abriram o coração.