sábado, agosto 27, 2011

Esse rio descansará.

De tanto ser muralha que separa vilarejos em guerra, fui devastada. Bombardeada de todos os lados, de todas as maneiras possíveis e impossíveis. Estou desmoronada, sou fragmentos. Estou fragmentada, sou resto. E quem quer saber resto? Não eu, não você, não eles. Resto não satisfaz, não sustenta. E eu sou pouco, quase nada.
Estou desgastada, fui dessipada pela maré. Meu coração de sertão passou a ser temporada de chuva. Muitos trovões, nunca clareia o dia, temo que essa tempestade nunca chegue ao fim. Quero meu fim, logo. Quero sair dessa jaula e esquecer da dor de ser quem sou. É triste ser triste, é triste acharem que sua tristeza á apenas drama. Não, drama não dói e o que sinto é dolorido. Tão dolorido que amarga, enxergo pretoebranco, ruídos me enlouquecendo.
Será isso? Estou ficando louca? E se eu nunca mais sorrir? E se eu nunca mais te ver? Era uma vida perfeita, de repente bateu o sinal, hora de dizer adeus? Já? Mas, mas... peraí, eu nem me despedi. Preciso voltar lá, preciso voltar ser muralha forte. Não esse murinho ressentido, não consigo.

Um comentário:

  1. Por mais que esteja destruída, sempre é capaz de se reconstruir.
    http://saiadeflorbm.blogspot.com/

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Pessoas que abriram o coração.