domingo, novembro 07, 2010

Defeitos de uma boneca que anda.

Eu escolhi ter nome duplo, deixar as lágrimas trancadas no canto dos olhos, manter a testa enrugada para espantar pessoas, guardar o choro na garganta, esconder meus sentimentos, fingir que eles nunca existiram dentro deste fragilizado coração que escolheu não saber o que amor, que resolveu ser mais racional, que decidiu não se entregar, que se permitiu a somente bombear sangue para meu corpo que decidiu ser inerte, resolveu não quere contatos físicos e decidiu ser frio, que até chega ser incapaz de esquentar com suas mãos... que escolheram ficar longe de mim, decidiram ficar escondidas no seu bolso, resolveram somente serem mãos.
Tudo bem, todo drama apartir de agora é bem-vindo. E, eu vou gritar o que está engasgado aqui, na rua da sua casa, para toda sua família, para os seus vizinhos curiosos. Gritos, choro, cena de filme mexicano. "Resolvi esconder meus sentimentos, por isso, adquiri essa mania boba de falar sozinha. Meu espelho entende meus corações partidos, esse vulcão latente dentro de mim. E você? Meu amor platônico, minhas incertezas, angústias. Essa mania boba de ficar na ponta dos pés toda vez que me aproximo da janela, essa mania desgraçada de parar enquanto atravesso a rua movimentada, é tudo culpa sua. Que me devolveu como se eu fosse um brinquedo quebrado. O que houve? Não conseguiu me aceitar com todos estes defeitos? O que houve, ande logo, me diga, a boneca que anda não te agradou? Pois bem, saiba que eu tenho defeitos de fábrica, mas você, você tem o pior deles, seu manequin covarde. Você teve medo do que eu fiz você sentir. Foi assustador não foi?"
Se disser que ainda me quer, acaba toda essa loucura. Por favor, rápido, antes que essa imagem do viaduto, de lá baixo me chame mais uma vez.

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Pessoas que abriram o coração.