De tanto ser muralha que separa vilarejos em guerra, fui devastada. Bombardeada de todos os lados, de todas as maneiras possíveis e impossíveis. Estou desmoronada, sou fragmentos. Estou fragmentada, sou resto. E quem quer saber resto? Não eu, não você, não eles. Resto não satisfaz, não sustenta. E eu sou pouco, quase nada.
Estou desgastada, fui dessipada pela maré. Meu coração de sertão passou a ser temporada de chuva. Muitos trovões, nunca clareia o dia, temo que essa tempestade nunca chegue ao fim. Quero meu fim, logo. Quero sair dessa jaula e esquecer da dor de ser quem sou. É triste ser triste, é triste acharem que sua tristeza á apenas drama. Não, drama não dói e o que sinto é dolorido. Tão dolorido que amarga, enxergo pretoebranco, ruídos me enlouquecendo.
Será isso? Estou ficando louca? E se eu nunca mais sorrir? E se eu nunca mais te ver? Era uma vida perfeita, de repente bateu o sinal, hora de dizer adeus? Já? Mas, mas... peraí, eu nem me despedi. Preciso voltar lá, preciso voltar ser muralha forte. Não esse murinho ressentido, não consigo.
Acerola, mas não acelera
Há 4 semanas
Por mais que esteja destruída, sempre é capaz de se reconstruir.
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